domingo, 7 de abril de 2013

Remar e pedalar nos trópicos – De Pacuare a Nicoya na Costa Rica



A Costa Rica é ímpar no contexto da América Central, no que respeita ao estado selvagem da Natureza – com rios de rápidos impressionantes, vulcões ativos, florestas tropicais de biodiversidade única e praias de sonho. E não há melhor maneira de conhecer este país do que pegar num remo e remar ao longo do Rio Pacuare e da Península de Nicoya – com uma ajuda motorizada pelo caminho.
Ao longo de 8 dias, poderá fazer rafting, BTT, caminhadas e até caiaque no mar, à medida que aprecia o que há de melhor na Costa Rica. Não desespere, se não for um atleta profissional. Apesar de precisar das mínimas condições físicas, o apoio motorizado ao longo do caminho permite-lhe respirar fundo nos momentos mais difíceis.
A aventura começa com uma descida de 29 km em rafting, pelas águas do Pacuare, famosas pelos seus rápidos, até Siquirres. Descendo das encostas da Cordilheira Central, as águas percorrem todo o vale até desaguar no Mar das Caraíbas. Esta viagem passa um percurso excitante através de rápidos – classificados entre os graus de dificuldade três e quatro, são suficientemente grandes para o deixar molhado e com o coração aos saltos – interrompido por secções de águas tranquilas em que pode descansar e descontrair.

O ponto de partida para a descida do rio é em Três Equis, junto ao vulcão de Turrialba, a cerca de duas horas e meia da capital, San José. Aqui, após uma sessão de instrução e procedimentos de segurança, inicia-se o percurso. Qualquer vontade que tenha de um início calmo, com tempo para se habituar às manobras, é desfeita pela aparição dos primeiros três rápidos. De cada vez que se sobrevive ao ataque da água branca e fria, impõe-se um bater de remos em congratulação por um trabalho bem feito, o que faz crescer a confiança e o espírito de grupo. Normalmente, quem vai na parte dianteira do barco a remos é agraciado com a melhor vista – o problema é que essa vista é composta por muralhas de ondas espumantes que se aproximam.
O guia comanda o barco e grita ordens para o ar, e a excitação aumenta quando se atravessam rápidos com nomes macabros como Landslide e Bumper Rock, que atiram a embarcação de um lado para o outro com grande violência. A meio da tarde, a visão do local de acampamento é reconfortante. El Nido del Tigre é muito acolhedor. Aconchegado no seio da floresta húmida, é um local para se deitar numa rede e observar aves e borboletas, que esvoaçam nas plantas e árvores.O segundo dia no rio, revela os rápidos maiores, muitos deles com enormes rochas que tornam a passagem perigosa. A chave para o sucesso é conseguir ouvir, por cima do rugido da corrente, as ordens do guia. É sensato presumir que uma ordem de remar em frente com força, é para cumprir, com muita força e o mais rapidamente possível. Sem a força impressa nos remos, é praticamente impossível controlar o barco. Se conseguir que este não vire, resultando num atribulado e gelado mergulho para todos, então pode-se considerar que foi uma boa descida. Quando alcançar Siquirres, vai sentir-se orgulhoso do seu feito.


Uma viagem de carro rumo a Norte leva-o até ao vulcão Arenal, de forma cónica perfeita e um dos mais ativos do mundo. Se quiser descansar um pouco, depois de tanto remar, existem alguns trilhos relaxantes para dar um passeio pelos picos circundantes, incluindo Cerro Chato – outro vulcão. Transpor um deles dar-lhe-á a desculpa perfeita para ficar no luxuoso hotel Tabacón Hot Springs Resort, na base do Arenal.
De volta à estrada, enfrenta várias horas de carro através das montanhas até à costa do Pacífico, onde tomará uma bicicleta todo-o-terreno para uma descida pela península de Nicoya até Samara. Esta leva-o através de uma das partes mais remotas da Costa Rica, com grandes e idílicas praias. Poderá também fazer um pequeno percurso de caiaque marinho – a forma perfeita de investigar todos os pormenores da linha de costa – antes de retomar a viagem de BTT, a sul de Malpais.
Por vezes a rota desvia-se para o interior, passando por tranquilos caminhos de terra batida e atravessando leitos de rio largos. Aqui pode ter de carregar com a bicicleta – molhar o corpo pode ser, aliás, muito refrescante. O setor final do passeio atravessa mais praias selvagens, incluindo a de San Miguel. Se tiver sorte, poderá avistar tartarugas a caminho dos locais de desova.
Viajar pela Costa Rica à custa do seu físico é altamente recompensador, mas ao avistar o autocarro de apoio que o levará de volta, uma vez concluído o percurso, sentirá o apelo da ideia de se sentar e não fazer nada durante algumas horas, enquanto regressa a San José.

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