quarta-feira, 10 de abril de 2013

Apreciar as grandes vinhas de Marlborough – Nova Zelândia



Não tem de ser um fã de bungee jumping ou do “Senhor dos Anéis”, para considerar a Nova Zelândia como um destino de sonho. Marlborough e Nelson, distritos do extremo norte da ilha do Sul, oferecem uma belíssima costa montanhosa, com ilhas incontáveis e mar azul, e um produtivo interior, onde se encontra alguns das melhores vinhas, Por isso sirva-se de um sauvignon branco, relaxe e desfrute de um passeio vagaroso pelas terras do Kiwi.
Na Nova Zelândia, os visitantes são mimados com uma enorme escolha de paisagens, mas os canais de Marlborough que compreendem três passagens no estreito de Cook, entre as ilhas do Norte e do Sul, são verdadeiramente notáveis. Se quiser acrescentar algumas visitas a produções de vinho, comece por Blenheim, no leste, bem no coração da região de Marlborough, até Nelson, na costa oeste, onde poderá apreciar o vinho nas lojas da colina de Moutere.
Há várias maneiras de alcançar Marlborough, incluindo um ferry que pode apanhar em Wellington, na ilha do Norte, rumo a Picton. No entanto, se começar a sua viagem em Christchurch, onde se localiza o aeroporto da ilha do Sul, tem a vantagem de percorrer a magnífica auto-estrada do Pacífico, via Kaikoura, com as ondas a baterem violentamente contra as rochas.

Localizada no interior, para quem vem de Cloudy Bay, num vale plano que se eleva até às colinas de Wither, a sul, Blenheim fica a cerca de quatro horas de carro de Christchurch e a 25 km de Picton. Cercada por mais de 70 grandes produções vinhateiras, esta agradável cidade é a base perfeita para provar os vinhos internacionalmente reconhecidos de Marlborough. Diversos operadores propõem circuitos guiados, por isso não se preocupe muito com o fato de beber e ter de conduzir. Para os mais enérgicos, há sempre a opção de um circuito de bicicleta, uma vez que o vale é plano e as produções são próximas. Além disso, pedalar é uma ótima maneira de dissolver os efeitos do vinho, entre cada prova.
Uma óbvia adega para começar será a de Montana, com o seu excelente centro de visitas, logo à saída da cidade, a 1 km em direção a Kaikura. Foi pioneira ao plantar vinhas com intuito de comercialização, em 1993, e desde então tem estado na vanguarda do movimento que pôs os vinhos neozelandeses na ribalta. Apesar da região produzir uma grande variedade de vinhos de grande classe, desde Pinot Noir ao Riestling, é o límpido e frutado Sauvignon Blanc que traz renome mundial e Marlborough. Daqui pode dirigir-se, ao longo da auto-estrada 6, em direção a Renwick, uma pequena vila satélite, para explorar as inúmeras produções nas estradas adjacentes.
Cada uma tem a sua atmosfera e vale a pena visitar todas, mas dado o tempo e a limitada capacidade de absorção de álcool, escolhemos Wither Hills e Highfields Estate, com a sua torre toscana e excelente vista sobre o vale. Se por acaso a sua visita decorrer em Fevereiro, poderá participar no Festival Internacional de Vinhos de Marlborough, que tem lugar num recinto preparado exclusivamente para o efeito, junto a Fairhall Downs, outra paragem obrigatória. Mais a norte, não perca Wairau River, Herzog, com o seu restaurante Alan Scott, bem elogiado pelo guia Michelin, o Cloudy Bay – a marca mais famosa internacionalmente – e o Hunter’s. O último é particularmente aclamado por produzir um Sauvignon Blanc soberbo.
Partindo de Blenheim mais uma vez, percorra a estrada através das colinas até Picton. Recomenda-se uma paragem a meio do caminho na Johanneshof. Sendo o porto principal para o ferry que liga as ilhas, Picton é também marcado pelo dramático estreito de Queen Charlotte. Existem inúmeras opções para explorar a zona, desde a observação de golfinhos em caiaque, até aos cruzeiros no barco-correio, que faz entrega de encomendas e cartas nos minúsculos lugarejos das baías mais remotas. Para quem pratica a caminhada, recomenda-se o trilho de Queen Charlotte, que percorre 72 km, entre Anakiwa e Ship Cove, através das montanhas que dividem Queen Charlotte de Kenepuru. Existem diversos acessos ao longo do caminho. Por isso pode alternar entre caminhar um pequeno percurso e fazer o resto de barco, ou passar quatro dias a percorrer toda a sua extensão.
Partindo de Picton encontra-se uma das mais belas estradas do país, a estrada de Queen Charlote, que se dirige para Oeste, rumo a Havelock. A estrada vai revelando baías escondidas e paisagens espetaculares, alternadas com florestas densas e serve ainda Linkwater, de onde parte outra estrada de grande beleza que acompanha a linha de costa, em curvas sinuosas e sem retas, até atingir Kenepuru. Sentirá que acabou de sair de uma montanha russa ao chegar à tranquila baía de Portage.
Havelock é a capital nacional ou mesmo mundial do mexilhão e nenhuma visita a esta cidade, que se encontra na ponta do estreito de Pelorous, estará completa sem comer uma enorme travessa de mexilhão, acompanhada de uma garrafa de Sauvignon Blanc. Daqui poderá apanhar a auto-estrada 6 em direção a ocidente, pelos sopés de Richmond, atravessando a ponte de Perolous e, por fim, em direção ao pitoresco Rai Valley. Mais uma estrada acidentada parte rumo a French Pass, a norte, atravessando a vila de Okiwi Bay que se situa na imponente enseada de Croisiles Harbour.
De regresso à estrada principal, não demora muito tempo até chegar a Tasman Bay e à cidade de Nelson. Apesar de também haver aqui muito para visitar, os apreciadores quererão continuar a ver mais adegas, nomeadamente a de Moturka, localizada na planície de Waimea, junto às suaves encostas das colinas Moutere. Se ficar com pena de deixar o vinho para trás, não se preocupe pois poderá trazer o suficiente para continuar a sua viagem de sonho muito depois de regressar a casa.

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