Nem todas as pirâmides de Meroé estão intactas. Na realidade, a maioria parece ter sido mordida no topo, uma após a outra, como uma fila de ovos de chocolate. Este vandalismo foi obra de um caçador de tesouros italiano do século XIX que desmontou as pirâmides na sua infrutífera busca por ouro.
As pirâmides decapitadas revelam núcleos de cascalho cobertos de tijolo – uma antiga e rápida técnica de construção que permitiu eregir com facilidade numerosos exemplares da estrutura. Cada pirâmide assenta sobre uma simples câmara mortuária escavada na rocha abaixo. As estruturas semelhantes a pórticos na face oriental das pirâmides albergam capelas mortuárias decoradas com esculturas e hieróglifos, projectadas para facilitar a passagem do falecido para o outro mundo.
Há uma pequena povoação um pouco afastada das pirâmides, nas margens do Nilo, onde decorrem escavações que esperam trazer à luz mais pistas sobre o misterioso Reino Kush. Os visitantes que desejem conhecer melhor o antigo povo Kushita ficarão encantados com a viagem aos bem preservados templos de Naqa e Musawwarat a sul, onde belas esculturas revelam a mistura de influências egípcias, africanas e romanas absorvidas pela arte Kushita.
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