domingo, 7 de abril de 2013

Pirâmides de Meroé – Sudão

Algumas ideias são demasiado boas para serem esquecidas. Quando o boom das pirâmides do Egipto se extingui em 2500 a.C., o modelo de túmulo com a assinatura do país subiu o Nilo até ao Norte de Sudão, onde foi acolhido mais de 200 anos depois pelo Reino Kush. Os vestígios deste revivalismo arquitectónico encontram-se nos belos cemitérios reais de Bagrawiya, mais conhecidos como as pirâmides de Meroé, onde dezenas de pirâmides íngremes, de tom chocolate enchem o deserto. embora se trate do local mais icónico do Sudão, é provável que os visitantes tenham as pirâmides só para si, com pouco mais do que o som do vento do deserto nos ouvidos como companhia.Os monarcas kushitas já se consideravam herdeiros da religião e cultura egípcia muito antes de construírem as pirâmides em Meroé, e chegaram a invadir o seu vizinho do Norte no século VIII a.C., para fundar um império que se estendia até à Líbia e à Palestina. Embora o Egipto tenha mais tarde caído em controlo romano, continuou a influenciar a vida cultural do Reino Kush. As pirâmides de Meroé são tudo o que resta de uma outrora magnífica cidade kushita e testemunham um império em tempos suficientemente poderoso para resistir a Roma.

Nem todas as pirâmides de Meroé estão intactas. Na realidade, a maioria parece ter sido mordida no topo, uma após a outra, como uma fila de ovos de chocolate. Este vandalismo foi obra de um caçador de tesouros italiano do século XIX que desmontou as pirâmides na sua infrutífera busca por ouro.

As pirâmides decapitadas revelam núcleos de cascalho cobertos de tijolo – uma antiga e rápida técnica de construção que permitiu eregir com facilidade numerosos exemplares da estrutura. Cada pirâmide assenta sobre uma simples câmara mortuária escavada na rocha abaixo. As estruturas semelhantes a pórticos na face oriental das pirâmides albergam capelas mortuárias decoradas com esculturas e hieróglifos, projectadas para facilitar a passagem do falecido para o outro mundo.
Há uma pequena povoação um pouco afastada das pirâmides, nas margens do Nilo, onde decorrem escavações que esperam trazer à luz mais pistas sobre o misterioso Reino Kush. Os visitantes que desejem conhecer melhor o antigo povo Kushita ficarão encantados com a viagem aos bem preservados templos de Naqa e Musawwarat a sul, onde belas esculturas revelam a mistura de influências egípcias, africanas e romanas absorvidas pela arte Kushita.

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